quarta-feira, 25 de novembro de 2009

25 de novembro: Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher

Hoje é um dia de luta, sobretudo. Mesmo com as recentes conquistas alcançadas pelo movimento de mulheres, como a Lei Maria da Penha, o machismo ainda é fator estruturante da nossa sociedade. A divisão sexual do trabalho encaminha as mulheres para cumprir o trabalho reprodutivo e da vida doméstica, enquanto os homens se encarregam do trabalho produtivo e da vida pública. Essa construção social naturaliza a opressão das mulheres, que além de não possuírem autonomia sobre sua vida e seus corpos, são coisificadas e tratadas como mercadoria. A violência sexista é mais uma das expressões do machismo. Uma estatística já muito divulgada aponta que a cada 4 segundos, uma mulher é vítima de violência, no nosso país.

A União Nacional dos Estudantes tem estado à frente da luta pelo combate ao machismo e violência contra a mulher. Através da Diretoria de Mulheres, criada em 2005, temos discutido amplamente assuntos que se referem à vida das mulheres estudantes. Entretanto, precisamos aprofundar nossa atuação pela implementação de políticas públicas para jovens mulheres. É necessário não só punir, mas também coibir a violência contra a mulher e isso só será possível através da auto-organização das mulheres e da construção de uma educação não sexista, não racista e não homofóbica.

Convocamos todas as mulheres estudantes a se organizar em núcleos e coletivos de mulheres em suas faculdades e, aproveitando essa data, reafirmamos que estaremos em luta até que todas as mulheres estejam livres das amarras que a diminuem e oprimem.


União Nacional dos Estudantes
Diretoria de Mulheres

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Une realiza ato na Uniban e comemora revogação da expulsão de aluna

Pressão de entidades, intelectuais, professores, da imprensa brasileira e internacional levam a Uniban a revogar o ato de expulsão da estudante Geisy. "A decisão é uma vitória de todos aqueles que se indignaram com o caso. Mas ainda é muito pouco diante do ocorrido. Precisamos garantir que a Geisy continue sua trajetória escolar e tenha seus prejuízos minimizados”, afirmou Augusto Chagas, presidente da UNE.

Discursando no ato, Augusto Chagas condena o ato da Uniban e denuncia a falta de democracia e de espaço para a participação dos estudantes na universidade.

A UNE realizou nesta segunda-feira, 9, um ato em frente à Universidade Bandeirante (Uniban) contra a expulsão da estudante Geisy Villa Nova. O objetivo, além de chamar a atenção da sociedade para os fatos preconceituosos e a absurda decisão da reitoria da Uniban, foi pressionar para que a decisão arbitrária fosse revogada. Mesmo sem justificar as razões, a reitoria voltou atrás e desistiu da expulsar a aluna, o que a UNE considera uma decisão positiva. A entidade pretende continuar acompanhando o caso.

“A revogação da expulsão foi uma vitória de todos os que se indignaram. Mas isso ainda é muito pouco diante do ocorrido. Precisamos garantir que a Geisy continue sua trajetória escolar e tenha seus prejuízos minimizados”, afirmou Chagas.

Da Redação.


Veja aqui imagens do ato na Uniban

UNE repudia expulsão da estudante de Turismo da UNIBAN

Episódio de violência sexista acaba em mais uma demonstração de machismo. Diretoria de Mulheres divulga nova nota sobre o caso.

No dia 22 de outubro, o Brasil assistiu cenas de selvageria. Uma estudante de turismo da Universidade Bandeirante (São Paulo) foi vítima de um dos crimes mais combatidos na sociedade, a violência sexista, que é aquela cometida contra as mulheres pelo fato de serem tratadas como objetos, sob uma relação de poder desigual na qual estão subordinadas aos homens. Nesse episódio, a estudante foi perseguida e agredida pelos colegas, hipoteticamente pelo tamanho de vestido que usava, e só pôde deixar o campus escoltada pela polícia. Alguns dos alunos que a insultaram gritavam que queriam estuprá-la. Desde quando há justificativa para o estupro ou toleramos esse tipo de violência?

Pasmem, essa história absurda teve um desfecho ainda mais esdrúxulo. A Universidade, espaço de diálogo onde deveriam ser construídas relações sociais livres de opressões e preconceitos, termina por reproduzir lamentavelmente as contradições da sociedade, dando sinais de que vive na era das cavernas. Além de não punir os estudantes envolvidos na violência sexista, responsabiliza a aluna pelo crime cometido contra ela e a expulsa da universidade de forma arbitrária, como se dissessem que, para manter a ordem, as mulheres devem continuar no lugar que estão, secundárias à história e marginalizadas do espaço do conhecimento.

É naturalizado, fruto de uma construção cultural, e não biológica, que os homens não podem controlar seus instintos sexuais e as mulheres devem se resguardar em roupas que não ponham seus corpos à mostra. Os homens podem até andar sem camisa, mas as mulheres devem seguir regras de conduta e comportamento ideais, a partir de um padrão estético que a condiciona a viver sob as rédeas da sociedade, que por sua vez é controlada pelos homens.

Esse desfecho, somado às diversas abordagens destorcidas do fato na mídia, demonstram a situação de opressão que todas nós, mulheres, vivemos em nosso cotidiano. Situação em que mulheres e tudo o que está relacionado a elas são desvalorizados e depreciados. A mulher é vista como uma mercadoria - ora utilizada para vender algum produto, ora tolhida de autonomia e direitos, ora violentada, estigmatizada e depreciada. É essa concepção que acaba por produzir e reproduzir o machismo, violência e sexismo, próprios do patriarcado. Tal concepção permitiu o desrespeito a estudante.

Nós, mulheres estudantes brasileiras, em contraposição a essa situação, estamos constantemente em luta até que todas as mulheres sejam livres do machismo, da violência, do desrespeito e da opressão que nos cerca.

Repudiamos o ato de violência dos alunos contra a estudante de turismo, repudiamos a reação da mídia que insiste em mistificar o fato e não colocar a violência de cunho sexista no centro do debate e denunciamos a atitude da universidade de punir a estudante ao invés daqueles que provocaram tal situação.

Exigimos que a matrícula¬ da estudante seja mantida, que a Universidade se retrate publicamente e que todos os agressores sejam julgados e condenados não somente pela instituição, a Uniban, mas também pela Justiça brasileira.

Somos Mulheres e Não Mercadoria!

domingo, 8 de novembro de 2009

UNE faz ato contra expulsão da estudante da UNIBAN


Entidade convoca todos(as) estudantes de São Paulo a se manifestarem contra decisão da instituição nesta segunda.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) fará ato político nesta segunda-feira, dia 9 de novembro, a partir das 18h, em frente à Uniban de São Bernardo, em conjunto com movimentos sociais e sindicais, para repudiar a expulsão da estudante da Uniban, do curso de Turismo, Geisy Arruda, vítima de violência sexista no dia 22 de outubro passado.

O desligamento da aluna foi anunciado no último domingo em diversos veículos de comunicação. A entidade estudantil convida a todos e todas estudantes a se juntarem à manifestação e a aderirem a um abaixo-assinado contra a expulsão.
“Chamamos a atenção das universidades para o fato e que alguma aceite a matrícula dela oferecendo, inclusive, uma bolsa de estudos a ela”, afirma Augusto Chagas, presidente da UNE, que estará presente no ato.

Assista o vídeo em que Augusto Chagas, presidente da UNE, condena atitude da universidade privada e pede para que outra instituição acolha Geisy Arruda, oferecendo uma bolsa de estudos, inclusive.


Ato contra expulsão de estudante, vítima de violência sexista
Onde: Uniban – Unidade São Bernardo do Campo –
Av. Rudge Ramos, 1.501, São Bernardo do Campo
Quando: Segunda-feira, 9 de novembro
horário: a partir das 18h

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Nota da UNE sobre violência sexista na Uniban




Nós, mulheres estudantes brasileiras, vimos a público repudiar todas as forma de opressão e violência contra as mulheres. No dia 22 de outubro deste ano, uma aluna da Uniban (campus ABC – São Paulo), com a falsa justificativa de ter ido à aula de "vestido curto", é seguida, encurralada, xingada e agredida por seus "colegas estudantes".
A cena de horror é filmada, encaminhada à internet e vira notícia por todo o país. Não aceitaremos que casos de machismo como esse passem despercebidos ou que se tornem notícia despolitizada nos meios de comunicação. O fato em questão revela a opressão que as mulheres sofrem cotidianamente, ao serem consideradas mercadoria e tratadas como se estivessem sempre disponíveis para cantadas e para o sexo. Não toleramos comentários que digam que a estudante "deu motivo" para ser agredida. Nenhuma mulher deve ser vítima de violência, nem por conta da roupa que usa nem por qualquer outra condição. Nada justifica a violência contra a mulher.
Sendo assim, nós, mulheres estudantes brasileiras, organizadas na luta pelo fim do machismo, racismo e homofobia, denunciamos a violência sexista ocorrida contra a aluna da Uniban, nos solidarizamos com as mulheres vitimizadas por esses crimes e queremos punição a todos os agressores envolvidos nesse episódio e em outros tantos que acontecem e não repercutem na mídia.
Não vamos nos calar perante o machismo e a violência.
Somos Mulheres e não Mercadoria!

União Nacional dos Estudantes
Diretoria de Mulheres