terça-feira, 23 de novembro de 2010

Feministas em ativismo online pelo fim da violência contra a mulher

Dia 25 de novembro é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Para marcar a data, um grupo de feministas blogueiras-tuiteiras-interneteiras está propondo cinco dias de ativismo online pelo fim da violência contra a mulher, de 20 a 25 de novembro.

Durante esses 5 dias será feita diferentes formas de intervenção em todas as redes sociais que participamos, pelo fim da violência de gênero e formas de prevenção e combate. Será produzido artigos, crônicas, matérias inéditas sobre a violência contra a mulher e suas causas/consequências e entrevistas com feministas, juizas, promotoras, advogadas, delegadas, ativistas de ongs e profissionais de serviços de atendimento/prevenção. No twitter, as postagens estão sendo feitas acompanhadas da hastag#FimDaViolenciaContraMulher

Tod@s podem aderir a campanha, indicamos o uso da cor lilás e da temática feminista aos BGs no twitter (imagem de fundo do perfil), avatares (foto de indentificação nas redes sociais da web) e o uso de um banner da campanha para identificar os blogues participantes.

No dia 25 de novembro indicamos o uso de roupas e acessórios de

cor lilás para dar visibilidade da campanha, também nas ruas.


Junte-se a nossa luta contribuindo com o tempo e a forma que dispuser.

Uma vida sem violência é direito de todas as mulheres.

Isso não foi uma brincadeira!

Mais uma vez o machismo mostrou que ainda está presente naquele que deveria ser o espaço de maior reflexão sobre a sociedade: a universidade. Entre os dias 09 e 12 de outubro, em Araraquara, estudantes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) realizaram o Interunesp. O maior evento esportivo e cultural de jogos universitários do Brasil, a edição desse ano contou com a participação de 15 mil jovens.
No último dia 27 de outubro, jornais de todo o estado de São Paulo publicaram um chocante acontecimento ocorrido durante o Interunesp (leia a matéria aqui). Cerca de 50 estudantes encabeçaram mais uma forte expressão do machismo chamado de “rodeio de gordas”. O rodeio consistia basicamente em os meninos se aproximarem das meninas, de preferência, as acima do peso, como se fossem paquerá-las, depois as agarravam, montados em cima delas ficando o máximo de tempo possível, exatamente como os peões fazem nas arenas.
Os meios de comunicação e a sociedade trataram o caso como bullying. Entretanto, ao contrário da maneira como foi tratado, o “Rodeio de Gordas” é uma forte expressão do machismo ainda presente na sociedade em que vivemos. Pode ser considerado bullying, mas é preciso caracterizar este bullying como machista.
Casos como esses só ocorrem graças à ditadura da beleza imposta pela sociedade capitalista e machista e reforçado pelos meios de comunicação. O que aconteceu na UNESP representa o que vemos em diversos espaços públicos: o tempo todo as mulheres são julgadas de acordo com sua aparência estética. Parece que para ser valorizada como profissional, a mulher deve, primeiro, corresponder a um ideal estético que se refere a um modelo de feminilidade que nos coloca em uma situação de subordinação com relação aos homens na sociedade.
Nós, mulheres estamos na universidade porque muitas que vieram antes de nós reivindicaram o direito das mulheres à educação. As mulheres representam hoje 55% dos estudantes universitários. Ainda há desafios a ser superados, no sentido de romper preconceitos e discriminações sociais que concentram as mulheres em áreas do saber relacionadas ao que é tradicionalmente considerado feminino, como alguns cursos de humanas e saúde (pedagogia, enfermagem, etc). Mas o “rodeio das gordas” nos remete a outro desafio colocado para a presença das estudantes na universidade: o reconhecimento de que temos direito de ocupar esse espaço, e que devemos ser respeitadas como sujeitos que estão em pé de igualdade com os homens no que se refere à produção de conhecimento, por exemplo. Ao contrário do que querem muitos, não somos apenas corpos que enfeitam a universidade enquanto os homens estudam. Somos seres pensantes, construímos o conhecimento, a economia, a cultura e a sociedade.
O machismo não é criado pela universidade, mas esta que deveria ter o papel de transformar as relações de desigualdade que estruturam a sociedade, está na verdade reproduzindo a opressão. Infelizmente, o Rodeio das gordas não foi um fato isolado, tampouco é uma brincadeira, como os estudantes afirmaram. Insere-se na mesma leva de manifestações machistas que a agressão à Geisy Arruda na Uniban, à rifa de mulheres em um Encontro de Estudantes de História, aos vários exemplos de festas e calouradas extremamente sexistas, seja no cartaz, seja no trote. Nós, mulheres organizanadas no movimento estudantil e na Marcha Mundial das Mulheres na luta pelo fim do machismo nos solidarizamos com todas as estudantes e exigimos punição a todos os envolvidos nesse caso e em todos os outros que não repercutem na mídia.
Jéssika Martins Ribeiro é vice-presidente da União Estadual dos Estudantes (UEESP) e militante da Marcha Mundial das Mulheres

domingo, 7 de novembro de 2010

Entre alegrias e tristezas


Acabamos de eleger a primeira mulher para presidente do Brasil, Dilma Rousseff. A primeira coisa que me vem a cabeça quando penso nisso é no avanço dessa conquista e me emociono ao lembrar da frase muito usada por nós feministas “Lugar de mulher é na política”. Mas minha alegria dura pouco, basta eu entrar em algum jornaleco na internet ou blog de humor, ou mesmo sentar em uma mesa de bar como alguns homens nada 'esclarecidos' que meu momento de alegria passa e me vem um sentimento de indignação. E eu me coloco a refletir acerca de um trecho de Simone de Beauvoir em “O Segundo Sexo”, meu livro de cabeceira, que diz que enquanto as mulheres não se verem enquanto sujeitos, não tiverem um sentimento de nós enquanto mesmo, a relação de opressão não mudará e elas serão sempre o outro. Pois não existe um nós mulher como ocorre em outras relações de opressão, salvo algumas raras organizações feministas, as mulheres nunca conquistaram nada, a não ser aquilo que seus opressores quiseram dar a elas, assinala Beauvoir.

Esse trecho me angustia, me da náusea, pânico, desespero... até quando vai ser assim? Até quando essa sociedade machista vai nos agredir, vai nos impor comportamentos, esteriótipos. Será que agora que temos uma mulher na presidência conquistaremos respeito? Tenho medo da resposta, essa campanha suja e maldosa, incentivou a falta de respeito até pela presidenta, me corria ao ver as campanhas da oposição dizendo que ela não tinha história, não tinha potencial nem competência, tinha uma que a porta de um estabelecimento fechava e um homem dizia “a única vez que ela não teve um chefe teve que baixar as portas”, ou algo parecido com isso, nojo.

Depois de uma charge no inicio da campanha ter relacionado a atual presidenta eleita a uma garota de programa, desrespeitando não só a candidata como a todas as mulheres, o debate preconceituoso e agressivo em torno da legalização do aborto e da união civil de pessoas do mesmo sexo, e no segundo turno o candidato pelo PSDB ter pedido as “mineiras bonitas” que consigam voto para ele, entre outras coisas machistas, absurdas e preconceituosas que se ouvia por ai. Deparei-me ontem com algo que considero absurdo, piadas abusivas, desrespeitosas e machistas, em uma página de um “humorista” que descreve seu humor como “de prima pra deixar a vida masculina ainda melhor” que medo do que vem abaixo. O cara “super engraçado” enumera as 10 primeiras medidas que serão tomadas pela primeira presidenta mulher da história do Brasil, e faz piadas com os planos de governo relacionando com esteriótipos atribuídos a mulheres. Com relação a saúde da mulher por exemplo, o projeto a ser implantado é implante de botox e silicone (HORRIVEL!!!!!!), o PAC, vira programa de aceleração do casamento (TOSCO!!!), dentre outras coisas absurdas. A postagem ridícula, veio seguida de vários comentários que apoiavam o autor e agrediam aqueles que deixaram seu comentário criticando a piada. Chamando homens que se posicionou contra de “bichona” e as mulheres de feministas-sem-causa, sem senso de humor, chatas, feias e encalhadas, um deles inclusive teve a audácia de perguntar “Quem será a primeira dama que vai morar com ela no Palácio Alvorada?”. Será mesmo que são as feministas que não tem senso de humor, ou as pessoas que perderam completamente a noção de respeito? Só pra constar, o meu mal humor eu costumo chamar de senso crítico. Não tenho nada contra o humor, só não rio de piadas sem graça.

Me retorci resto do dia inconformada com tamanha agressão, à presidenta, às mulheres, e às feministas. Até quando nós mulheres vamos ter que carregar esses estigmas? Ouvir que política é coisa de homem, que a mulher tem ser meiga, delicada e sensível? Até quando fatores biológicos vão ser usados para justificar a diferença no plano político e no dos direitos? Que as características femininas específicas (absurdo!!!) a impedem de participar do mundo público, tendo esta como função a família e os filhos, que mulher que não tem filho não se realiza? (essa me dói).

Mas em uma campanha que se fez como base o machismo, o preconceito e a violência teve como paradoxo duas mulheres candidatas e uma delas eleita para ocupar o cargo mais alto do poder executivo. Fato este que é sim um avanço importante, e estou orgulhosa e feliz tanto por ter participado como principalmente contribuído nesse processo. E fica a mensagem, não basta elegermos mulheres, elas tem que nos representar, e Dilma me representa, é uma mulher que ao contrario do que dizem por aí, traz na bagagem toda uma história de luta e de coragem. E é essa sua coragem que vai servir de exemplo para as mulheres, para esquerda que acredita da democracia e no socialismo, e nos incentiva a continuar lutando, porque o caminho ainda é longo e dolorido, e temos muito o que conquistar, conquista que mesmo se cedida pela cultura patriarcal, será um premio da vitória da luta das mulheres, porque agora, nós também fazemos a história.


Por Carol Radd diretora de mulheres da União Estadual de Estudantes de Minas Gerais

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

DCE da Unesp divulga nota em repúdio ao "rodeio das gordas"

A agressão ocorreu no InterUnesp 2010, jogos universitários realizados em Araraquara, de 09 a 12 de outubro

Um grupo de 50 alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), uma das mais importantes do país, organizou uma “competição”, batizada de “Rodeio das Gordas”, cujo objetivo era agarrar suas colegas, de preferências as obesas, e tentar simular um rodeio – ficando o maior tempo possível sobre a "presa".

A agressão ocorreu no InterUnesp 2010, jogos universitários realizados em Araraquara, de 09 a 12 de outubro. Anunciado como o maior do país, o evento esportivo e cultural, que reuniu 15 mil universitários de 23 campi da Unesp, virou palco de agressão para alunas consideradas acima do peso.


Leia a nota em repúdio ao "rodeio das gordas" escrita pelo DCE da Unesp

É com profunda indignação que nós do Diretório Central dos Estudantes manifestamos nosso repúdio aos estudantes idealizadores e executores da violência contras as mulheres intitulada "rodeio das gordas".

O feito animalesco destes execráveis estudantes expressa dentro da Universidade os valores mais conservadores da sociedade: o racismo, a opressão às mulheres, a homofobia etc. A estigmatização do corpo das mulheres por um padrão de beleza é uma das facetas mais nefastas desta sociedade. A naturalização - por parte da sociedade, através da mídia, de seus intelectuais e das próprias instituições que dissimulam a violência e opressão, - de um padrão estético e de uma imagem abusiva e de consumo das mulheres enquanto objetos de desfrute dos homens criam uma criminosa legitimidade para barbaridades como esta ou como a agressão a um casal de homossexuais numa festa organizada pela Atlética (mais uma vez as Atléticas!) da ECA-USP (realizada no último dia 23 de outubro). Elemento fundamental, ignorado, desse padrão estético é a perpetuação quase inconsciente do racismo já que a medida da beleza, do correto, da normalidade é a pele branca, os cabelos lisos e o corpo esbelto e jovem.

O meio universitário deveria irradiar os valores mais avançados da sociedade. Isso se fez real em vários momentos históricos, com as/os estudantes cumprindo um papel questionador e transformador, se lançando contra arcaicos preconceitos como fez a juventude nos anos 60. Este legado é o que deveria seguir primando, pois sem ele a universidade perde grande parte de seu sentido: a de pensar criticamente, buscando as potencialidades ainda não realizadas de si mesma, e da sociedade de conjunto. Mas não o faz. Casos como este mostram que por trás do discurso da “excelência” das universidades estaduais paulistas, está não somente um projeto excludente com o filtro do vestibular, mas essencialmente conservador em seu conteúdo ideológico, como podemos ver na ausência da discussão sobre racismo, machismo e homofobia nos currículos e a falta de incentivo às pesquisas e extensão que trabalham com esses temas.

O Interunesp foi criado pela reitoria com o nome "Jogos Unesp", em meados dos anos 70, em meio à ditadura militar, quando as/os estudantes cumpriam importante papel se organizando para combatê-la. Atualmente, este evento é organizado por “estudantes” associados nas Atléticas, recebe patrocínio de empresas como a Skol, Freegels e a Kraft Foods, movimenta milhões de reais e é o meio pelo qual alguns “estudantes” enriquecem fazendo carreira como promotores de eventos, além de desfrutar do respaldo da reitoria que, por exemplo, até no calendário oficial da UNESP, prevê e divulga anualmente o InterUnesp. Também é importante destacar que esta burocracia acadêmica, que sempre nega qualquer auxílio de transporte para as atividades do movimento estudantil, financiou com a maior tranqüilidade vários ônibus para o Interunesp neste ano, mesmo tendo conhecimento que este espaço legitima a opressão.

Um pouco de experiência com as diretorias e reitoria da UNESP ajuda a perceber o distanciamento entre seus propósitos e os interesses da humanidade. Os casos de violência contra a mulher são abafados pela reitoria e direções locais em cada oportunidade que assim conseguem fazer. São vários os casos de assédios, e até de estupro, dentro dos campi, que os administradores da Universidade omitem da própria comunidade acadêmica (funcionários, estudantes e professores). Além disso, a saída que apontam as “comissões de investigação” da burocracia acadêmica, escolhidas a dedo por diretores e reitoria, já chegaram ao ponto de punir as vítimas e deixar livre o agressor - como foi o caso ocorrido na UNESP de Rio Claro, em 2008, quando uma comissão criada pela diretoria do campus não puniu um aluno estuprador, mas sim sua vítima acusando-a de ter incentivado à ação. A postura que tomam estes administradores não pode ser compreendida sem destacarmos o poder que concentram a partir de uma arcaica e antidemocrática estrutura de poder onde são eleitos por uma pequena casta de professores (além dos reitores, que são escolhidos diretamente pelo governo do estado, como foi o caso de João Grandino Rodas, USP), ficando praticamente ausente a opinião de funcionários e estudantes.

Em declaração pública sobre o caso, no site da Unesp, a reitoria deixa um posicionamento vago quanto à punição aos estudantes que cometeram a violência, tentando se isentar em base nos procedimentos burocráticos aos quais o caso deve ser submetido. O que não vem a público é que a punição aos movimentos em defesa da universidade pública e democrática é imediata e voraz. Por exemplo, neste momento 14 estudantes da moradia da USP estão ameaçados de expulsão, sindicalistas do SINTUSP são demitidos e processados e estudantes da UNESP de Bauru também estão sendo perseguidos. Ou seja, dois pesos, duas medidas. De um lado a conivência e do outro a repressão aberta contra aqueles que resistem aos ataques à universidade pública e contra as políticas de maior elitização.

Também não faltam medidas para tentar impedir a realização de verdadeiras festas dos estudantes isentas das brutalidades que aconteceram no Interunesp, como se expressa atualmente na ofensiva contra o "IFCHSTOCK", na Unicamp, com ações judiciais, sindicâncias e invasão da PM no campus para apreender toda a infra-estrutura da festa. É importante ressaltar que o "IFCHSTOCK" ocorre há anos naquela Universidade, sendo um importante espaço de manifestação cultural e apropriação do espaço público para fins públicos. Diante disso, as/os estudantes do Instituto de Economia da UNICAMP, onde está ocorrendo a repressão, decidiram fazer uma heróica greve, que se enfrenta com esse cerceamento das liberdades estudantis sobre a universidade e também contra a repressão que a reitoria quer impor aos estudantes.

O que entrelaça esta fina rede de interesses é o projeto de privatização para a educação, baseado na exclusão da maior parcela da juventude, principalmente da juventude trabalhadora e pobre, mas também na aplicação de um ensino restritivo, meramente voltado à qualificação de mão-de-obra, em detrimento do caráter reflexivo do conhecimento que se espera dessas instituições e que é materializado por esses mesmos senhores que não punem atrocidades como esta, pois são coniventes com a visão de mundo e projeto de sociedade ali representados.

A reflexão sobre este caso específico, ou seja, sobre a opressão e violência às mulheres nas universidades deve se dar à luz do contexto das eleições nacionais, onde vimos os candidatos a presidência desse país disputarem o posto de quem é o maior inimigo dos direitos democráticos das mulheres e dos homossexuais, numa enorme campanha contra o direito ao aborto e ao casamento igualitário, contribuindo para uma cultura e ambiente hostis aos direitos democráticos das mulheres, dos negros e homossexuais, enfraquecendo os que lutam por eles e fortalecendo os que reproduzem essa moral opressora, favorecendo práticas como o “rodeio de gordas”.

Defendemos uma sociedade livre, onde as pessoas possam ser gordas ou magras, hetero ou homossexuais etc., sem serem punidas, agredidas e humilhadas por isso. Defendemos o fim de toda e qualquer forma de opressão às mulheres e também uma universidade realmente pública, que seja um centro difusor de conhecimento e uma ideologia não opressora, e que toda a população tenha acesso. Não somente condenamos, mas combatemos práticas como o "rodeio de gordas", que na verdade estão presentes nas universidades desde os trotes aplicados por veteranos contra ingressantes, quando também não são poucos os casos de agressão, humilhação, assédio, machismo etc. Louvamos a iniciativa das estudantes de Assis que denunciaram o caso e que impulsionaram o primeiro ato em resposta a essa atrocidade, realizado semana passada, no campus de Assis e nos somamos aos gritos dessas/es colegas, assim como de todas/os em geral que estão indignados com esse fato, de “Abaixo a ditadura da beleza!”

Como resposta a essas agressões e perseguições não podemos ter nenhum sopro de confiança nas diretorias e reitoria. Para a superação definitiva dessas práticas e a punição aos agressores, é necessária uma ampla campanha, com todos os instrumentos de divulgação, como cartazes, notas públicas, vídeos, manifestação de intelectuais, abaixo-assinados, atos, debates, que desde já nós do DCE nos propomos a organizar, impulsionando uma ampla campanha, além da criação de uma comissão de investigação que seja independente da reitoria e direções locais e que se enfrente diretamente com as intenções apaziguadoras dos administradores e, quem os escolheu, o governo do estado. Colocamos-nos a construí-la efetivamente, somando forças com todos os setores progressivos da sociedade

É nesse sentido que chamamos todas/os as/os estudantes, funcionários, professores, bem como todas as organizações políticas, grupos feministas, de direitos humanos, sindicatos e movimentos sociais em geral, para que juntos possamos construir um amplo ato no próximo dia 17, em frente a reitoria da UNESP no Anhangabaú em São Paulo , declaradamente contra a opressão e a violência às mulheres, mas também em defesa da permanência estudantil em nossas faculdades que já vem sendo motivo de mobilização e que levou a realização de um importante ato no último dia 15 de outubro com mais de 100 estudantes. Também queremos levantar a demanda de expansão de vagas com verbas para que seja com qualidade, assim como nos manifestarmos contra a reforma universitária tucana que vem sendo implementada nas estaduais paulistas, com João Grandino Rodas assumindo a dianteira destes ataques. Apoiamos e nos somamos a todas as iniciativas e atos locais organizados em repúdio a essa violência como o ato que ocorrerá amanhã (04/11) no campus da UNESP de ASSIS.

Também vamos organizar um grande Festival INTERUNESP Contra a Opressão nos dias 26 e 27 de novembro que possa ser um espaço de confraternização em contraponto às festas que legitimam as opressões. Chamamos a todos as/os estudantes a se integrar de todas essas ações contra a opressão a começar realizando assembléias de base até o dia 11/10 para organizar atos, atividades e debates locais e a participação nestas atividades gerais.

Para darmos um basta à opressão e violência às mulheres, todos ao ato na reitoria da UNESP no próximo dia 17!


Organizar um grande Festival INTERUNESP contra as opressões! Pela punição aos agressores que praticaram o “rodeio de gordas” no INTERUNESP!

Nenhuma confiança nas diretorias e reitoria que abafam os casos de violência às mulheres e não punem os agressores, Comissão Independente de Investigação para apurar o caso! Por uma ampla campanha em todas as Universidades contra o machismo e a opressão!

Diretório Central dos Estudantes da UNESP/Fatec – Helenira Rezende

dceunespfatec.blogspot.com