sábado, 26 de março de 2011

I Encontro de Mulheres Estudantes da UEE - Livre/RS


A União Estadual dos Estudantes Livre do Rio Grande do Sul organizam o I Encontro de Mulheres Estudantes no próximo sábado, 02 de abril, em Porto Alegre. Confira a convocatória e a programação.
Concebe-se a universidade como espaço privilegiado para a disputa de pensamento, de hegemonia, de construção da sociedade que queremos, percebe-se o papel fundamental dessa transformação no processo de construção de uma sociedade sem machismo.
Nas universidades, as práticas discriminatórias contra as mulheres prejudicam também a natureza do conhecimento que se produz. A ciência também é socialmente construída e incorpora valores e práticas do seu contexto e a visão de mundo das mulheres é diferente da dos homens, o que faz com que elas façam perguntas cientificas diferentes, tenham opinião distinta quanto a prioridades e tragam perspectivas de análise diversas.
A pauta feminista vem ganhando força e adeptas entre as estudantes. Entre os dias 21 e 24 de abril ocorrerá o IV Encontro de Mulheres da UNE, assim, a realização do I Encontro de Mulheres Estudantes da UEE - Livre atende à necessidade de fortalecer e dar continuidade a esse processo, sendo um espaço preparatório ao Encontro Nacional, constituirá um espaço de dialogo sobre as necessidades e desafios específicos das universidades do Estado, além de qualificar o debate da questão de gênero dentro da universidade – um espaço estratégico para o país, de produção e reprodução de idéias, portanto, formador de opinião.
Por fim, cumpre destacar que, em julho deste ano, será realizado mais um Congresso da entidade, estimando-se a participação de milhares de estudantes. A realização deste EME tem também o papel preparar as estudantes para realizar uma intervenção qualificada e organizada das mulheres, de modo a garantir que as bandeiras de igualdade de gênero sejam incorporadas nas resoluções políticas e frentes de luta da entidade.

Programação

02 de abril - sábado

9h- café da manhã

10h: Ô abre alas que as mulheres vão passar! Igualdade é poder (Eixo 1)

12h30min: almoço

14h : Grupos de Discussão (Eixo 2)
  • Movimento Estudantil -
  • Assistência Estudantil -
  • Saúde das Mulheres e a Legalização do aborto -
  • Trabalho e renda na universidade - Economia solidária e feminista -
  • Coletivo de Mulheres e auto-organização -
  • Mercantilização -

16h: Café da tarde e apresentação cultural
Performance: Degustação de Poemas

17h: Plenária final

19hs: Oficinas e Sarau
Atividades autogestionadas e trocas de experiências dos coletivos feministas

Encontro de Mulheres Estudantes na UFPA


Em Belém, as mulheres estudantes realizam no próximo dia 02 de abril, sábado, a etapa estadual do Encontro de Mulheres Estudantes (EME) da União Nacional dos Estudantes.   A atividade acontece no Auditório ICJ Profissional da Universidade Federal do Pará. 

O encontro debaterá a presença das mulheres na universidade, a auto-organização, assistência estudantil direitos sexuais e reprodutivos, preparando as mulheres estudantes para o IV EME da UNE. 

O Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA fica localizado no Campus Profissional II, Cidade Universitária Professor José da Silveira Netto, no bairro do Guamá. As inscrições já estão abertas. Inscreva-se aqui

Confira a programação do Pré - EME da UNE no Pará.

09
hrs – Mesa de Abertura
  
09h30 – Mulher e Universidade

11hrs –  Assistência Estudantil para as mulheres.


14hrs - Direitos Sexuais e Reprodutivos: Rompendo as barreiras da hipocrisia.
16hrs – Feminismo e auto-organização, rumo ao IV Encontro nacional de Mulheres Estudantes.


sexta-feira, 18 de março de 2011

Fora trote machista da universidade!




Mais um semestre se inicia e ainda há quem diga que não existe machismo na universidade - alguns acreditam que ele nunca existiu, outros que ele já está superado. Infelizmente, essa não é a realidade encontrada pelas estudantes nas faculdades: inúmeras situações nos mostram que o machismo ainda está muito presente.
O machismo existe na universidade assim como existe na sociedade como um todo, mas a universidade deveria ter o papel de transformar a sociedade combatendo essas  desigualdades que a estruturam, e não reproduzindo essas opressões.
Ainda somos minoria nos postos de liderança - nas reitorias, chefias de departamentos, faculdades. Quantas mulheres reitoras conhecemos? Mesmo nos cursos majoritariamente ocupados por mulheres, muitos homens acabam se mantendo nos cargos de direção.
O currículo de grande parte dos cursos de graduação não possui recorte de gênero. Disciplina que discute gênero, quando existente, se resume a uma eletiva. E depois de formadas? Recebemos salários em média 30% inferiores aos dos homens. Apesar de sermos maioria nos bancos da universidade, desde a década de 80, a desigualdade permanece, somos marginalizadas e os trotes machistas refletem essa situação.
Se hoje nós, mulheres, representamos a maior parte do corpo discente da universidade sendo 55% das/dos estudantes matriculadas/dos, precisamos radicalizar nossa luta pelo fim dos trotes machistas. Hoje somos a maior parte das/dos estudantes, e, portanto, podemos afirmar que os trotes humilhantes atingem a maioria do corpo discente brasileiro.
Até mesmo nas representações discentes percebemos a reprodução da lógica discriminatória. É possível perceber ainda que, mesmo em cursos onde estamos em ampla maioria, os centros acadêmicos e, especialmente, as comissões de trotes e chopadas têm uma maioria de participação masculina. Exatamente nesses cursos, percebemos a utilização da imagem da mulher associada a “consumo”, dessa forma, “objetificando” as mulheres na divulgação dessas atividades. É bem simples a exemplificação: quantas vezes nos deparamos com cartazes de calourada dos cursos de enfermagem, fisioterapia e serviço social – majoritariamente femininos - com imagens dentro desse perfil?
Mesmo no período de férias da maior parte das universidades, iniciamos o semestre com um duro acontecimento para a vida das mulheres estudantes. No trote de agronomia da UnB as estudantes participaram de uma atividade intitulada de "festa da humilhação". As estudantes calouras foram obrigadas a encenar um ato de sexo oral com uma linguiça em público, oferecida pelo presidente do D.A, que estava vestido com trajes de mulher e carregando uma faixa presidencial fazendo referência a primeira mulher eleita presidenta no Brasil.
Uma menina que passa por uma situação como esta com certeza levará essas cicatrizes ao longo de sua graduação. É colocado para esta estudante, em seu primeiro contato com a universidade, o papel que ela deverá incorporar ao longo da sua vida universitária e também para além desta. Este papel de inferioridade, de subordinação, nos diz que não temos o mesmo direito que os homens de pertencer a este a espaço. É muito claro que ao sermos recebidas, após muita dedicação para entrarmos na universidade, de maneira humilhante e machista, nos é impelido a ocupação deste espaço de determinada forma, ou seja, a subordinação ao desejo dos homens. Além disso, independentemente do nosso desempenho acadêmico, iremos estudar ao longo de nossa graduação ao lado de meninos que se sentiram no direito de nos humilhar publicamente de forma machista apenas pelo fato de sermos mulheres. 
O constrangimento e símbolos incutidos nesta situação de trotes vão na contra-mão da proposta de receber os calouros nas universidades, sendo que a proposta de realmente receber os estudantes é plenamente possível, seja com debates, projetos ou confraternizações culturais que dão outro a caráter ao trote, como os trotes solidários. O movimento estudantil como um todo, em todas suas entidades, deve colocar um fim nos trotes machistas e humilhantes nas universidades. Eventos como o ocorrido na UnB desmoralizam as estudantes perante a sociedade e prestam um desserviço a todas/os que constroem um movimento estudantil que luta por uma educação socialmente referenciada que sirva à superação das opressões, do machismo, da homofobia e do racismo.
 
Clarissa Alves da Cunha é estudante de Ciências Sociais da PUC Rio,  militante da Marcha Mundial das Mulheres e Secretaria Geral da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Dia Internacional de Luta das Mulheres

O 8 de março, Dia  Internacional de Luta das Mulheres, é uma data histórica marcada pela luta das mulheres no mundo inteiro. Embora o capitalismo tenha tentado se apropriar da data tornando-a uma data comercial de venda de flores e presentes, o movimento feminista sempre esteve nas ruas para apresentar o verdadeiro significado do Dia Internacional das Mulheres e suas lutas.
Tendo em vista a luta da União Nacional dos Estudantes contra a opressão vivida pelas estudantes nas universidades, seja pelos trotes humilhantes, seja nos postos de hierarquia e nos currículos acadêmicos, a Diretoria de Mulheres da UNE convoca todas as estudantes a irem às ruas neste mês de Março.
É muito importante a participação das entidades estudantis, DCE´s, CA´s e UEE´s na organização e mobilização dessas atividades, ressaltando que em todos os estados existirão atividades unificadas entre os diversos movimentos sociais. É necessário destacar que o 8 de Março este ano cairá no carnaval, um momento importante para travarmos o debate contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres.
Outro espaço essencial para levantarmos nossas bandeiras será a Jornada de Lutas da UNE, entre os dias 21 e 25 de Março, semana em que milhares de estudantes irão às ruas lutar por um Plano Nacional de Educação que garanta creches universitárias em todas as Instituições de Ensino Superior. A implementação de políticas publicas para nosso segmento, como a criação de creches, são fundamentais para alcançarmos melhores condições de vida, e garantir o acesso e permanência das mulheres no mercado de trabalho, ampliar a participação de mulheres em todos os setores sem discriminação. Atualmente, menos de 20% das crianças de até 3 anos têm acesso a esse serviço no país. Todas às ruas neste 8 de março, por igualdade e autonomia para as mulheres!
 

Ficha de Inscrição do 4º EME da UNE


Já estão abertas as inscrições para o 4º EME da UNE. O encontro acontecerá em Salvador, entre os dias 21 e 24 de Abril. As inscrições custam R$ 10,00, garantindo alojamento e alimentação e devem ser pagas no ato do credenciamento. Inscreva-se abaixo.