Neste dia Latinoamericano e Caribenho de luta pela Legalização e Descriminalização do Aborto o movimento feminista sai às ruas e redes denunciando a violência sexista e o patriarcado. A clandestinidade da prática do aborto não impede que o mesmo seja realizado e a nossa legislação extremamente punitiva aliada ao poder político concentrado nas mãos de setores conservadores, traz retrocessos para a garantia da autonomia das mulheres.
O aborto não é um método contraceptivo, ele é o último recurso para se impedir uma gravidez indesejada. A mortalidade materna em decorrência da prática de abortos atinge distintamente as mulheres jovens, do campo e das periferias das cidades, em sua maioria negras e que recorrem a métodos inseguros para realização do procedimento. O genocídio da juventude negra é acentuado com a criminalização do aborto, já que há uma predominância de mulheres negras que morrem em decorrência de aborto inseguro e à espera de atendimento nas longas filas dos postos de saúde, que ainda as tratam como criminosas. A clandestinidade do aborto alimenta o mercado das clínicas de planejamento familiar que realizam de forma segura o procedimento mediante o pagamento de valores altos.